martes, 21 de junio de 2011

EM PROCESSO DE CURA INTERIOR


















E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra. Levantando-se da oraçao, foi ter com os discípulos, e os achou dormindo de tristeza, e disse-lhes: Por que estais dormindo? (Lucas 22.44-46)

Estou em processo de cura emocional.
Cada dia que passa, compreendo o por quê teria que vir para Espanha. Sinto-me como Elias, o profeta, quando foi transportado por Deus para um lugar distante, a fim de o sacar de uma depressao.
Por trás de uma pessoa complicada, há sempre histórias que nao foram contadas. Começarei entao, a partir de agora, a me despir nesse BLOG. Explico: Vou revelar fatos e situaçoes, nunca contados e que precisam ser revelados, para que a cura aconteça.
Começo entao, com um trauma vivido na minha infancia/adolescência.
Essa que aparece na foto do meu lado, é MARIZA.

Mariza é minha irma muito querida, ela é a mae que eu gostaria de ter e a mae que eu gostaria de ser.
Sempre fomos muito amigas, e nos queremos muitíssimo.

Ela se casou no dia do meu aniversário 10 de Janeiro, quando completei 9 anos, foi o dia de seu casamento e eu fui a dama de honra.

Ela teve três filhos: Júnior; Michel e Renato.

Renato nasceu doente, porque Mariza tem sangue/fator RH Negativo. E precisava tomar umas vacinas durante a gestaçao para que a criança nao nascesse com problemas.

Seu último filho morreu aos 6 meses, o que lhe causou muita dor. Passado uns dois meses da morte do filho, ela ainda abalada, tenteva refazer a vida com os dois que haviam ficado.

Tudo aconteceu num dia de domingo:

Eu estava na sua casa, (como sempre...) e fomos logo cedo à praia. O dia era daqueles que se mostrava: nao vai ser fácil...
As ondas do mar estavam bravias, eram fortes e assustadoras. Logo percebemos, que era melhor voltar para casa.

Chegamos em casa (dela) e depois de um café, resolveram que iríamos a piscina, em Águas Finas.

Fomos ela, o marido, os dois filhos: Júnior e Michel, e eu.

No lugar haviam duas piscinas: uma infantil, razinha, as águas batiam nos meus joelhos...(Eu tinha 12/13 anos)

A outra era profunda e me cobria. (piscina para adultos, nadadores)

Eu ficava com os meninos na piscina infantil, brincando, enquanto Mariza, meu cunhado e mais um casal de amigos deles conversavam e
bebiam.

Mariza, reversava comigo os cuidados com os meninos e vinha de vez em quando e mandava que eu fosse a outra piscina maior, tomar banho.

Em um desses momentos de reversamento, fui a piscina grande (eu nao nadava nessa época) mas me segurava pelas beiradas e dava voltas em torno da piscina.

De repente, Mariza me aparece e pergunta por Juninho, seu filho maior, eu respondí: "deixei ele com você". Ela disse: "sim, mas ele nao está, desapareceu"

Eu saí da piscina e me juntei a um grupo que procura a criança e logo já havia um clima de tensao no ar...

Fomos procurar nos banheiros; no parque que havia para crianças, em todas as partes e nada.

Foi quando entao, o amigo do meu cunhado teve a idéia de mergulhar na piscina maior, e...

Voltou com o menino nos braços. Lembro do grito de desespero e terror que saio da alma de mariza, ela estava totalmente descontrolada, seus gritos eram chocantes e houve muito tumulto no local.

Esse dia se eu pudesse tiraria da minha história. Pois foi meu pior dia de vida.

Nas margens da piscina, fizeram de tudo pra ver se conseguiam salvar a criança, mas já era tarde.

Mariza, meu cunhado e outras pessoas solidárias seguiram para um hospital no Recife, ainda com esperanças.

Eu fiquei com a tarefa de cuidar de Michel, e enquanto eles se dirigiam para o hospital, o casal de amigos deles, (que eu os ví apenas naquele dia, nao sei quem eram, nem lembro nomes.) Eles me perguntaram:" Você consegue nos mostrar o caminho para chegarmos a casa da sua mae. Vamos levar você e Michel.

Sei, sim respondí.

Eu estava arrazada com tudo... Com a morte do menino e com a dor de Mariza. Mas, nao podia mostrar nenhum descontrole ou fraqueza, uma vez que alguém tinha que cuidar de Michel nesse interim, e o pior...dar a notícia em casa, a minha mae. Porque isso também o casal passou para mim.

Lembro que seguia com eles naquele carro, eu e michel no banco de traz, o casal na frente dizendo: "O menino morreu. A pupila dos olhos estavam dilatadas..."

O trajeto de lá para à casa da minha mae, parecia infinito. Eu estava em estado de choque também. Mas, nem chorava e nem mostrava qualquer descontrole.

Chegamos em casa mamae quando me viu com Michel, acompanhada por estranhos, logo se deu conta, que coisa boa nao passava.

Contei tudo para ela, e logo conseguiram contato com meu cunhado que disse: "O corpo vai para o velório, do cemitério de Santo Amaro - Recife.

Mariza, de tao abalada, foi hospitalizada e nao compareceu ao velório. Eu acompanhei tudo e lembro até hoje o momento que o colocaram na gaveta no cemitério.

Desde esse acontecimento entao...passei a reprimir sentimentos.

E, passei a viver assustada, e com fantasmas da tragédia. Eu me sentia culpada indiretamente dessa morte.

O que antecedeu ao afogamento do menino, só eu sabia. Estávamos brincando na piscina infantil, e davamos pulos e caíamos na água, ele estava se divertindo muito e ria muito. Quando ela chegou e me mandou pra piscina funda...

Tenho certeza que ele foi atrás de mim... só que eu nao ví, ninguém viu, e ele se afogou.

Passei muito tempo com esse sentimento de culpa. Passei a ter medo de piscina, terror mesmo. Quando via uma, as lembranças do acontecimento voltavam.

A dor de mariza me matava também...Tanto, que cheguei a dizer a Deus: Nao tire Michel dela também, se tiver de levar alguém... me leve.

Vê, como pode um mortal, dizer ao imortal o que fazer ou nao.

O fato é que sofrí muito com o que passou, muito! mas, ninguém se deu conta. Talvéz por meu "poder" de controle e por nao ter mostrado nenhuma reaçao desesperadora...Pensaram que eu estivesse bem. Mas, o fato é que muitas noites nao dormi bem.

Desse episódio para cá, vivo reprimindo emoçoes...

Já tive vontade de dizer a mariza, o quanto aquele acontecimento me afetou, mas, seria mexer numa ferida enorme, e eu nao quis arriscar.

Tinha vontade de perguntar a minha família: "Por que vocês nao me perguntaram, como eu estava, eu vivi aquilo tudo sozinha...
Foi um momento muito difícil!

Hoje esse trauma, foi superado em parte, consigo mergulhar em uma piscina sem as lembranças, e acredito que ninguém foi culpado, tudo foi uma fatalidade.

O que ficou, foi uma pessoa reprimida, que mascara sentimentos. Que travou as emoçoes e nao consegui chorar, nem mostrar dor, ou qualquer sentimento que expresse fraqueza. Também passei a ser uma pessoa extremamente carente de atençao e companhia. Quando uma dessas coisas faltam... as coisas se complicam...










Contudo percebo que, nao posso transferir para uma pessoa, tanta carencia e responsabilizá-la por feridas que se quer foram relatadas.







Preciso de cura!

Jesus também experimentou o que é estar só num momento de profunda dor emocional, como vimos no texto acima.
Na cruz ele também se sentiu abandonado pelo PAI.

Deus está trabalhando tudo isso em mim...


E, deseja me libertar de emoçoes reprimidas, de dores nao expressadas, de sentimentos guardados, nao partilhados, que só me causaram males na alma.

Continuarei expondo nas próximas postagens...

PAZ!

1 comentario:

  1. Pooxa...

    Que história triste!
    Nem consigo imaginar a cena nem a sua dor mt menos a de tia Mariza.
    Só Deus pra confortar os corações e acredito que vc teve a prova disso!

    Conte sempre cmg para desabafar e aliviar a alma.

    Gostaria mt de viver essa sua nova fase, mas minha mãe, mas desprendida das coisas...

    Que JESUS te conforte e te faça mt feliz!


    Te amo!

    Nata

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